Meu doce salgado: Cada bolo, uma história

Bolo da Isadora

Durante muitos anos, eu e meu marido trabalhamos lado a lado. Não foram tempos fáceis — a correria, o peso das responsabilidades, os desafios diários — mas hoje, olhando pra trás, é impossível não sentir saudade.

Saudade da parceria, das conversas, das broncas e, principalmente, dos bolos.

Marcelo era o confeiteiro da casa. Apaixonado pelo que fazia, ele não deixava passar nenhum detalhe. Sempre que terminava um bolo, pedia para tirar uma foto. Confesso que ele tem mais fotos de bolos do que eu tenho minhas! Mas cada uma dessas fotos guarda muito mais do que uma decoração bonita: carrega uma história de luta, dedicação e coragem.

Quem conheceu o Marcelo lembra bem dos seus bordões. Bastava algo sair do controle que ele soltava um sonoro "Home!", e a gente já sabia que vinha bronca ou risada — às vezes os dois. Nesse blog, tem várias festas que fizemos juntos, e ele sempre fazia questão de cuidar do bolo. Era o toque dele, o carinho dele, a marca dele.

Marcelo era um alemão teimoso — e pensa num teimoso! Quantas vezes a gente discutia porque eu dizia que o cliente queria algo diferente e ele achava que era “frescura”. Mas no final, ele dava um jeito, adaptava, e o cliente saía encantado. Ele tinha esse dom: fazia do jeito dele, com personalidade, mas sempre entregava algo que tocava o coração das pessoas.

Hoje, quero deixar registrado um pouco desse talento, dessa história. Cada bolo que você vai ver aqui abaixo tem muito mais do que chantilly e pasta americana — tem suor, tem amor e tem memória.

Este post é pra ele. Pro meu parceiro de vida e de trabalho. E pra você, que valoriza mais do que um bolo bonito — valoriza a história que vem junto.